Ricardo Reis de Faria e Vieira também deve ser indiciado por homicídio doloso, agravado pelo fogo e asfixia, segundo o delegado Eliardo Jordão. Caso ocorreu no dia 17 de fevereiro, quando crianças dormiam na casa do pai.
A Polícia Civil deve pedir nesta terça-feira (16) a prisão preventiva de Ricardo Reis de Faria e Vieira, pai dos três irmãos que morreram, no mês passado, depois que o quarto em que eles dormiam pegou fogo, em Poá.
De acordo com o delegado Eliardo Jordão, ele também será indiciado por homicídio doloso qualificado pelos agravantes de fogo e asfixia.
A Justiça terá até sexta-feira (19) para se manifestar contra ou a favor do pedido. Ricardo já está preso temporariamente desde o dia do incêndio, em 17 de fevereiro.
Em nota, a defesa informou que o inquérito ainda não foi concluído e que eles não foram formalmente avisados sobre Ricardo ser indiciado. Disse ainda que, assim que isso ocorrer, vai tomar medidas judiciais cabíveis.
No momento do incêndio, Gabriel Reis de Faria e Vieira, de 9 anos; Fernanda Verônica Reis de Faria e Vieira, de 14 anos, e Lorenzo Reis de Faria e Vieira, de 2 anos, estavam no mesmo quarto, na casa de Ricardo. Segundo a polícia, havia grades na janela e a porta estava trancada. As três vítimas foram encontradas carbonizadas.
Logo após a tragédia, Ricardo foi preso preventivamente, segundo o delegado, por causa das contradições em seus depoimentos. Em um deles, o pai teria dito que acordou apenas quando sentiu o cheiro da fumaça. Uma vizinha, porém, disse ter ouvido pedidos de socorro. Segundo a testemunha, uma criança gritava: “Pai, não deixa eu morrer aqui”.O caso está em segredo de Justiça e, de acordo com Jordão, mais de dez testemunhas foram ouvidas. O imóvel do incidente passou por perícias e já foi entregue aos responsáveis. Ainda de acordo com o delegado, Ricardo não quis falar novamente. “Foi dado a oportunidade na presença da advogada para que ele, se quisesse, se manifestar. Ele optou pelo direito condicional dele de falar somente em juízo”.Logo após a tragédia, Ricardo foi preso preventivamente, segundo o delegado, por causa das contradições em seus depoimentos. Em um deles, o pai teria dito que acordou apenas quando sentiu o cheiro da fumaça. Uma vizinha, porém, disse ter ouvido pedidos de socorro. Segundo a testemunha, uma criança gritava: “Pai, não deixa eu morrer aqui”.
As três crianças tinham sido adotadas por um casal homoafetivo, em 2014 e em 2019. Os pais se separaram e a guarda era compartilhada. Leandro José de Faria e Vieira, pai das crianças, deu uma entrevista à TV Diário sobre o caso, em que disse que esperava que o ex-marido não tivesse envolvimento no incêndio.
A Polícia Civil divulgou que Ricardo contou ter acordado na madrugada de quarta-feira com o cheiro de fumaça e tentou arrombar o quarto dos filhos, que estava trancado. Havia grades na janela. Como não conseguiu, foi até a delegacia, que fica a poucos metros de distância, para pedir ajuda.
“Ele veio pedir socorro na delegacia, porque as crianças estavam trancadas lá e ele não conseguia arrombar a porta. O policial civil foi até a casa e arrombou a porta. Em razão das chamas, não conseguiu avançar até o quarto, ingressar no quarto”, detalhou o delegado Eliardo Jordão.
Apesar do pai ter afirmado que acordou com o cheiro, uma testemunha disse aos policiais que escutou uma voz pedindo ajuda. O corpo de Fernanda, de 14 anos, foi encontrado no banheiro. O irmão, Lorenzo, de 2 anos, estava no centro do quarto das crianças. Já o corpo de Gabriel, de 9 anos, estava próximo a uma janela.
Leandro José Reis de Farias e Vieira, pai das crianças, chegou ao local pela manhã e ficou desolado com o que encontrou. Em 2019, a família chegou a dar entrevista à TV Diário para falar da adoção de crianças por casais homoafetivos. Na época, a filha mais velha expressou sua felicidade com os pais. “Não tem família certa ou errada. O importante é o amor”, disse a menina.
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