Psicólogo Wagner Fujarra afirma que não estamos isolados, pois temos telefones e celulares para nos comunicar e defende que terceira idade tenha tarefas, como cuidados com a casa ou as plantas.
Em tempos de isolamento social por causa do novo coronavírus, os idosos do Alto Tietê estão mostrando que ocupar o dia ajuda e muito a vencer as saudades da família e da antiga rotina.
Relatórios da Organização Mundial de Saúde (OMS) e do Ministério da Saúde colocam os idosos entre os mais vulneráveis à Covid-19, causada pelo novo coronavírus. E também entre aqueles afetados pelos maiores índices de letalidade quando atingidos pelo novo coronavírus.
Rita Renzi, de 66 anos, mora em Mogi das Cruzes, e há 13 dias está sem sair de casa. Influenciadora digital, ela mantém um perfil em uma rede social voltado para quem está acima dos 60 anos.
“Eu faço pagamentos e transferências online. E também faço as atividades da faculdade porque sou estudante de direito. Então meus professores enviam atividades. Eu já faço e reenvio via e-mail também.”
Já o casal Ângela e Joaquim Custódio mora na Vila Moraes, em Mogi das Cruzes. Eles aproveitam o espaço da casa para caminhar. “Procura fazer uma caminhada, 20, 30 minutos tá bom. Só não para não. Isso faz com que a gente se alegre um pouco e tira um pouco do estresse”, afirma Joaquim.
E é caminhando dentro do apartamento onde mora, também em Mogi das Cruzes, que Maria Aparecida Andrade Oliveira, de 71 anos, e o marido tem passado os dias de isolamento. O casal tinha uma rotina cheia antes da determinação de ficar em casa. Eles faziam exercícios no Pró-Hiper e dançavam. “Estamos há 15 dias dentro do nosso apartamento. Nossa filha e nosso genro é quem está fazendo nossas compras.”
Morador de Suzano Valter Lemos, de 69 anos, vinha a Mogi das Cruzes para frequentar as aulas na Unai. Agora, dentro de casa, ele procura manter uma rotina com exercícios. “Melhor forma da gente se sentir bem é aumentar a atividade física, um bom sono, ingerir muito líquido contribui bastante para que tenhamos a melhor saúde”
O psicólogo Wagner Fujarra, de 46 anos, afirma que o termo isolamento pode trazer ainda mais danos para a saúde mental dos idosos. “Isso traz sofrimento para eles. Não estamos isolados, pois temos telefones e celulares para quem consegue lidar com essa tecnologia.”
Ele explica que os idosos são mais propícios à depressão e até ao suicídio. Por isso, é importante que busquem algum tipo de dedicação seja a casa ou as plantas, por exemplo. “Quem tem aptidão com música, canto e dança pode se dedicar a isso também.”
Ele destaca que a família é um importante ponto de apoio do idoso. “Além das ligações constantes , colocar os netos para falar . A leitura ajuda muito , então podem comprar livros da preferência do idoso, comprar por sites e mandar no endereço dele.”
Fujarra destaca que a família deve ficar atenta ao idoso que toma medicação. “Se for necessário comprar as medicações pedindo por entregas on line.”