Equipe de médicos e cientistas que assessoram gestão estadual discutiu proposta em reunião nesta terça (23) com base em dados da segunda-feira (22). Previsão inicial estabelecia vigência de medidas mais restritivas até o dia 30 de março.
O Centro de Contingência contra a Covid-19 do estado de São Paulo discutiu na terça-feira (23) a possibilidade de prorrogar a fase emergencial da quarentena por mais duas semanas. O comitê é composto por médicos e cientistas que orientam a gestão de João Doria (PSDB).
Com base nos dados disponíveis na segunda-feira (22), esse grupo avaliou que a duração da restrição poderia ser ampliada por mais tempo para conseguir conter a explosão de casos e mortes da doença.
No entanto, o coordenador do centro, o médico Paulo Menezes, destacou nesta quarta-feira (24) que a análise dos dados é “dinâmica” e que as recomendações podem mudar de acordo com a variação dos indicadores de saúde até 30 de março.
“Nós avaliamos a situação a partir de dados que nós tínhamos até segunda-feira, então neste cenário, é possível, a partir daquela avaliação, que seja necessária a extensão da fase emergencial em um período de quem sabe mais 15 dias”, disse Menezes em coletiva de imprensa nesta quarta (24).
“Agora, esses números mudam. Ao longo da semana a avaliação pode mudar também. Quando a gente tem uma reunião que sai uma recomendação, não quer dizer que aquilo é imutável. São avaliações dinâmicas”, completou.
Nesta terça-feira (23), São Paulo bateu o recorde de mortes confirmadas em 24 horas desde o início da pandemia, com 1.021 óbitos. O número equivale a três mortes registradas a cada quatro minutos.
O mês de março tornou-se o mais fatal da pandemia em todo o Brasil. Do dia 1º até 19 de março, foram confirmadas 35.507 mortes pela Covid-19, segundo dados apurados pelo consórcio de veículos de imprensa junto às secretarias de Saúde do país. É o maior número de mortes registradas em um período mensal desde o início da pandemia, 12 dias antes do final do mês.
Fase emergencial
A fase emergencial, que prevê regras mais rígidas do que a fase vermelha da quarentena, entrou em vigor nesta segunda-feira (15) em todo o estado de São Paulo.
O que pode funcionar na fase vermelha emergencial
- Escolas abertas apenas para oferta de merenda
- Hospitais, clínicas, farmácias, dentistas e estabelecimentos de saúde animal (veterinários)
- Supermercados, hipermercados, açougues, lojas de suplemento, feiras livres.
- Delivery e drive-thru para padarias das 20h às 5h; no restante do dia, funcionamento normal
- Delivery para bares, lanchonetes e restaurantes
- Cadeia de abastecimento e logística, produção agropecuária e agroindústria, transportadoras, armazéns, postos de combustíveis
- Empresas de locação de veículos, oficinas de veículos, transporte público coletivo, táxis, aplicativos de transporte, serviços de entrega e estacionamentos
- Serviços de segurança pública e privada
- Construção civil e indústria
- Meios de comunicação, empresas jornalísticas e de radiodifusão sonora e de sons e imagens
- Outros serviços: lavanderias, serviços de limpeza, hotéis, manutenção e zeladoria, serviços bancários (incluindo lotéricas), serviços de call center, assistência técnica e bancas de jornais
O que não pode funcionar na fase vermelha emergencial:
- Academias
- Igrejas e atividades religiosas
- Campeonatos esportivos
- Salões de beleza
- Cinemas
- Teatros
- Shoppings
- Lojas de rua, incluindo lojas de material de construção
- Concessionárias
- Escritórios
- Parques
- Clubes
- Praias