Estabelecimentos em que o preço do produto estava acima do normal deverão comprovar que apenas repassaram aumento do fornecedor, ou então serão multados.
Após receber reclamações sobre preços abusivos de álcool em gel e máscaras, o Procon de Mogi das Cruzes realizou uma fiscalização a cinco estabelecimentos da cidade, nesta terça-feira (17).
A artesã Sirlei Mariano tem um filho com uma doença rara e por isso precisa sempre ter máscaras descartáveis em casa. Só que nos últimos dias tem encontrado o produto com preços diferentes.
“Hoje está R$ 1,38, mas eu achei em outra farmácia a R$ 0,50 a unidade. E o álcool em gel você não acha para comprar”, diz.
Em uma farmácia da cidade, o kit com 200 unidades estava custando R$ 135. Mas segundo as reclamações registradas no Procon de Mogi, um dia antes, o mesmo conjunto de máscaras chegou a custar R$ 200.
O diretor do Procon de Mogi, Fernando Muniz, explica que o consumidor já notou que o preço praticado era de R$ 200 e baixou para R$ 135. “É claro que o comerciante está flutuando este preço para o benefício próprio”, detalha.
A dona de casa Lucinea Bueno pagava em média R$ 30 por 100 máscaras. Nesta terça-feira, ela conseguiu comprar um pacote com 3 por R$ 17,40. “A minha sogra precisa. Ela tem que estar sempre levando, e ela está na linha de risco do coronavírus”, conta.
Em cinco dias foram registradas 50 reclamações – todas relacionadas à prática abusiva de preços de produtos como álcool em gel e máscara. A expectativa é de que a operação fiscalize pelo menos 25 estabelecimentos, como farmácias e supermercados.
“O aumento das reclamações tem uns cinco dias. Hoje, essa ação vai fiscalizar qualquer estabelecimento que venda estes produtos que estão sendo procurados, em razão da pandemia”, diz o diretor.
Em outra farmácia, o frasco de álcool em gel de 500 ml custava R$ 45. Segundo o Procon, o valor do mesmo produto variava de R$ 10 a R$ 15. “Nós viemos até a farmácia para notificar o empresário, para que forneça as notas fiscais de compra desses produtos, para ver se de fato o aumento partiu dele ou veio do fornecedor”, ressalta Muniz.
Os locais visitados foram notificados e depois disso terão um prazo para apresentar as justificativas. Caso não consigam comprovar o motivo do aumento nos preços serão multados.
A produção do Diário TV tentou contato com as farmácias citadas na reportagem para falar sobre o assunto, mas não teve retorno.
Ainda de acordo com o Procon, cinco estabelecimentos foram fiscalizados. O órgão disse que a fiscalização continua por tempo indeterminado. O telefone para denúncias e informações é o 4798-5090.